quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Jurema do Acaes - Preservação Cultural Ameaçada

A palavra catimbó significa, em tupi-guarani, Caa “cipó” e Timbó “torpor semelhante à morte”.
O catimbó é uma expressão religiosa eclética e tipicamente brasileira. A origem do catimbó está estreitamente relacionada com a pequena cidade de Alhandra, município que fica a poucos quilômetros da cidade de João Pessoa, na Paraíba, nordeste do Brasil. Esta cidade é o berço de dois famosos catimbozeiros; Maria do Acaes e Manoel Inácio, responsáveis pela propagação do catimbó na região. Depois de falecer, Maria Rodrigues da Silva ou “Maria do Acaes” virou uma Mestra que se “acosta” (incorpora) em alguns médiuns durante os trabalhos e matriarca de uma linhagem de catimbozeiros.Assim como as religiões africanas o catimbó também foi alvo de perseguições na década de 30. Há relatos de prisões dos adeptos, fechamento dos terreiros e apreensão dos objetos rituais.As práticas do Catimbó geralmente são marcadas por alguns aspectos característicos: os linhos, ou cantigas, o uso ritual do tabaco, a ingestão da bebida Jurema sagrada feita com partes da arvore da Jurema e o transe de possessão pelos Mestres e outras entidades.
Atualmente a destruição e a depredação ambiental estão acabando com a Cidade Encantada da Jurema, o Acais, onde estão plantadas as raízes deste culto. As árvores sagradas estão sendo derrubadas e as casas de antigos juremeiros consagrados mestres estão abandonadas.
Segundo a Juremeira Joana: "O descaso das autoridades de nossa cidade de nosso País com a nossa religião, e com nossa cultura, é uma caso deveras preocupante. A exemplo do que aconteceu com os Templos de Candomblé no Rio de Janeiro e Salvador, o vandalismo chega a nossa cidade".
A FIUTCAB se une na luta pela preservação cultural da Jurema do Acais e convoca as autoridades responsáveis pela cultura nacional a se mobilizarem e promoverem ações afirmativas para que esta cultura tão típica de nosso pais não fique no esquecimento.

Rafael Vertuan
Jornalista / Depto Com. FIUTCAB
Aopá Ossí Asé Odé Nitá

Maiores informações no blog - http://acaiscidadeencanta.blogspot.com/

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Velas Pelo TIbet

100,000,000 de pessoas unirão a sua luz, no que será o maior Protesto de Luz pelo Tibete.
Tel Aviv, Julho 14 2008.

O maior PROTESTO DE LUZ NO MUNDO acontecerá a 7 de Agosto 2008, o dia anterior à abertura dos Jogos Olímpicos em Beijing. quando pelo menos 100 milhões de pessoas por todo o planeta acenderão uma vela e dirão SIM à Liberdade no Tibete!Um protesto de luz é semelhante aos outros mas com algumas diferenças. Ele une milhões de pessoas à volta do mundo, quando lhes é dada a oportunidade de actuar num momento específico no tempo por um só objectivo
(como aconteceu em 'earth hour' ou 'live 8'). É não-comercial e pacífico. É um novo modo global que releva o poder de cada pessoa em manifestar a sua opinião por uma causa nobre. Não é de modo nenhum um protesto virtual.
A campanha começou no 'facebook' a partir do desktop de David Califa, 52, um privado, aposentado, com historial em investimentos bancários, de Ramat Hasharon, Israel. Mr. Califa tem financiado esta campanha com os seus próprios fundos. "Vela pelo Tibete" cresceu rapidamente para um movimento global que opera um 'website' multilingue (25 línguas, todas traduzidas por voluntários), e tem também a sua rede social. Mr. Califa juntou esforços com membros do Unity Network, um movimento global actuando com o fim de promover a unidade e o amor entre os seres humanos independentemente da sua cor, nacionalidade, sexo, religião ou política. Até ao momento, mais de 500,000 pessoas de mais de 100 países estão inscritas.A diva Tibetana, Yungchen Lhamo, juntou-se a "Vela pelo Tibete". Miss Lhamo, reconhecida como "A Voz do Tibete", conduzirá a campanha com a sua divina voz, música e espírito.
"Vela pelo Tibete" pede às pessoas que acendam uma vela à sua janela, secretária, ou qualquer outro local onde outros a vejam e desejavelmente façam o mesmo. Muitos participarão em vigílias de luz à volta do mundo. Espera-se que este protesto de luz seja visto por biliões nas TVs por todo o mundo no dia de abertura dos Jogos Olímpicos.
No dia seguinte serão enviadas cartas a todos os presidentes de governo mundiais informando-os exactamente quantos seus concidadãos desejam um Tibete Livre. Pedindo a cada um deles que actue pela Liberdade do Tibete.http://candle4tibet.org/http://candle4tibet.ning.com/Email: info@candle4tibet.org

Contact: David Califa +972 (54) 4730090


PORQUÊ O TIBET. O Tibete tornou-se um símbolo da liberdade. Símbolo que representa o direito de todos os seres humanos à autodeterminação, liberdade de pensamento, consciência, credo e religião.

A OPORTUNIDADE. Os Jogos Olímpicos de Beijing que começarão a 8 de Agosto 2008, são uma oportunidade única para focar a atenção mundial na completa inexistência de direitos no Tibet e em muitos outros lugares no mundo. Esta é uma oportunidade única pois a China está sensível à sua imagem no mundo. Não somos contra os Jogos Olímpicos. Somos pela liberdade. Por esta razão sentimos que esta é uma excelente altura para manifestarmos a nossa opinião.
O OBJECTIVO. É dar a todo o mundo a oportunidade para se unir de um modo activo e enviar uma mensagem de amor e liberdade. Acreditamos no poder das pessoas quando unidas para fazer verdadeiras mudanças ao mundo. Desta vez é pelo Tibete e pela liberdade, o próximo passo poderá ser por qualquer causa que as pessoas escolherem. Desejamos mostrar que há um modo de as pessoas se unirem como uma só e fazerem a diferença. Logo após a campanha VELA PELO TIBETE anunciaremos a próxima campanha.

ACERCA DA UNITY NETWORK (Rede da Unidade). É um movimento global que actua em prol da união entre as pessoas e pelo amor entre os seres humanos independentemente da sua cor, nacionalidade, sexo, religião ou política. A Rede da Unidade tem como objectivo dar à população mundial o poder de manifestar a sua força unida criando uma rede que tornará possível a realização de acções globais sincronizadas e protestos pacíficos pela paz, amor e outras questões comuns a todos os seres humanos.

ACERCA DE YUNGCHEN LHAMO. O seu nome significa Deusa da Canção. Deixou o Tibete em 1989 aos 25 anos, fugindo através dos Himalayas para escapar à opressão chinesa no Tibete. Fez uma peregrinação a Dharamsala, para receber a benção do Dalai Lama, onde S.S. vive exilado. Ela queria alcançar o mundo com a sua música, partilhar a sua cultura e educar as pessoas acerca do Tibete. Deste que assinou contrato com a Peter Gabriel's Real World Records, Yungchen lançou dois álbuns muito bem acolhidos pela crítica. Michael Coulson dirigiu o primeiro vídeo musical da Yungchen, Happiness Is – (A Felicidade É) .

quarta-feira, 12 de março de 2008

FREE TIBET


Arte - Expressão da Alma


A arte nasceu junto com o homem. Ao longo do tempo sentimos a necessidade de expressar nossa visão do mundo, dos nossos deuses e de nós mesmos. Como expressar nossas emoções, anseios e desejos? Como mostrar o que pensamos? O homem descobriu como responder a essas perguntas através dos valores estéticos encontrados nas artes.
Na arte todos os sentimentos podem ser expressos: beleza, harmonia, revolta, desânimo. Tudo que quisermos comunicar pode ser visto, ouvido ou simplesmente contemplado. São tantas as sensações que as artes provocam em nós! Como não se emocionar na frente de uma obra de Monet ou de Frida Khalo?
A história da arte e a história do mundo sempre andaram juntas. Nossos antepassados desenhavam nas pedras o seu modo de vida. Depois, com o passar do tempo, nos aprimoramos e com outros instrumentos encontramos a beleza da escultura, das tintas, das aquarelas. Hoje os tempos são outros: a arte é High-Tech e a arte computadorizada também uma forma de se expressar. A arte nos mostra a transformação e evolução (ou involução) do mundo! A arte é a ilustração da trajetória dos seres humanos da antiguidade à pós-modernidade.
O homem cria a arte e a arte cria o homem. Descobrimos que para estimular e distrair a nós mesmos e aos outros, não existe nada melhor do que a arte. A arte colore a vida, dá sentido a ela e nos leva para outros mundos. A arte é a terapia dos aflitos e a decoração do mundo!
Descubra a história da arte e encontrará a si mesmo. Faça arte!

(Produzido para a Exposição de Artes Plásticas na Câmara Municipal de Jundiaí)

07/03/08

Ilustração - Frida Khalo

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Deuses Irados do Tibet - Dorje Shugden

Dorje Shugen tem um corpo vermelho escuro, uma face e duas mãos. Sorri deleitado com a boca ligeiramente aberta e a língua enrolada. Tem três olhos penetrantes , que se arregalam pela força de sua compaixão; suas barbas e sobrancelhas brilham como o fogo. Sua mão esquerda segura uma espada dourada de sabedoria erguida para o céu e a esquerda segura um coração de compaixão, na altura do seu , mostrando que ele erradica todos os problemas e obstáculos pela raiz. Sobre seu braço esquerdo está um mangusto precioso que satisfaz com abundância todas as necessidades e vontades. Segura um gancho dourado de domador, mostrando que pode subjulgar os três reinos. Na cabeça veste um chapéu abaulado, feita com o brilhante ouro do rio Dzambu e adornado com fitas de seda. Usa três esvoaçantes túnicas, as vestes de uma pessoa ordenada, e calça botas de tigre.

Deuses Irados do Tibet - Kache Marpo

Kache Marpo, o feroz assistente de Dorje Shugden e seu principal mensageiro.

Deuses Irados do Tibet - Namka Bardzin

Namka Bardzin , um dos assistentes de Dorje Shugden, de aspecto irado, veste o chapel de oráculo e monta o animal místico Gyaling. Tem sua origem na Mongólia. Faz parte de uma classe de espíritos chamados Tsen. Sua Origem é na Mongólia quando foi incluido no séquito de Shugden pelo mahassidha do século 20, Dromo Geshe Rinpoche.

Umbanda: Os cem anos de uma religião tipicamente brasileira


Foi nos fins de 1908 que a Federação Espírita do Rio de Janeiro foi surpreendida por uma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: o jovem médium Zélio de Morais, foi tomado por uma força maior e incontrolável que se dizia um espírito de um índio brasileiro. E na mesma sessão outros médiuns manifestam-se com espíritos de negros escravos e caboclos. Foram convidados a se retirar pelo presidente da sessão que os considerava espíritos atrasados. Mas Zélio estava convencido que estes espíritos teriam uma missão confiada pelo plano espiritual: a prática da caridade e a ajuda aos sofredores.
Foi a partir desse episódio que surgiu um novo culto para dar voz a estes espíritos: a Umbanda, uma religião que integraria ricos e pobres com objetivo da evolução dos seres – sejam eles encarnados ou desencarnados.
Apesar da crença geral de que a Umbanda provém diretamente do Candomblé, é possível comprovar que este culto tem suas influências mais antigas no ritual indígena do Catimbó. A elas se juntariam posteriormente elementos africanos, católicos, espíritas e orientais, numa mistura peculiar típica do nosso povo. Do candomblé adotou os deuses africanos Orixás e grande parte de sua nomenclatura e ritual. Do catolicismo, o reconhecimento da figura do Cristo e a adoção do seu ideal de amor e caridade, e do espiritismo herdou o exercício mediúnico. A Umbanda é uma religião em constante mudança e evolução: hoje podemos encontrar ramos da umbanda voltadas para a ufologia e até com o ritual amazônico do Santo Daime: o Umbandaime.
De uma flexibilidade não encontrada em qualquer religião, a Umbanda é a religião de matriz africana que conquista maior número de adeptos entre todas as raças e divisões sociais, resultado do seu ecletismo que agrega todas as fés: Na Umbanda o orixá Ogum é São Jorge, Yansã é Santa Bárbara e lá até o Buda tem vez! Todos convivem pacificamente no mesmo Congá (altar).
Aos poucos, apesar do preconceito e desconhecimento que envolvem a religião, a Umbanda se espalhou pelo Brasil e chegou à nossa região em 1965, com a fundação da Tenda de Umbanda Santa Catarina na Vila Aparecida em Jundiaí. Com suas cantigas, velas e charutos conquistou um lugar no coração de centenas de brasileiros que tem orgulho de dizer que fazem parte da primeira religião brasileira.
Às vésperas de seu centenário, os umbandistas se preparam para comemorar o culto verde-e-amarelo com importantes discussões e campanhas pelo fim da intolerância religiosa: Um seminário preparatório será realizado pela Federação Interestadual União das Tradições e Cultura Afro Brasileira , uma ONG que congrega mais de 50 terreiros de Umbanda na região de Jundiaí e promove ações afirmativas na luta contra toda forma de descriminação, seja social, racial, de gênero ou religiosa. Grandes comemorações são esperadas esse ano por todo o Brasil, saudando com um Saravá a religião que é a cara do povo brasileiro.

(Rafael Vertuan é jornalista, pesquisador da cultura afro-brasileira e membro da FIUTCAB).
Foto 1 - Preto Velho
Foto 2 - Mestre Zé Pelintra