quarta-feira, 20 de junho de 2007

A Mesmice e o Tempo (ou Crônica do Todo-Poderoso)


“ Ilusão, ilusão. É tudo ilusão.
Que proveito tem o homem do trabalho que o cansa debaixo do sol?
Geração vai e gerração vem; mais a Terra permanece sempre a mesma.
Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta a seu lugar, onde nasce de novo.
O vento vai para o sul e faz seu giro para o norte; volve-se; e revolve-se, na sua carreira, e retorna aos seus circuitos.
Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche ; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr.
Todos as coisas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir; os olhos não se fartam de ver; nem se enchem os ouvidos de ouvir.
O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, nada novo debaixo do sol.
Há alguma coisa que se possa dizer: Vê! Isto é novo!? Não! Já foi nos séculos que se forma antes de nós.
Já não há lembrança das coisas que nos precederam, e das coisas posteriores também não haverá memória entre os que hão de vir depois delas.
Atente para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que era tudo ilusão e correr atrás do vento.
Aquilo que é torto não se pode endireitar; e o que falta não se pode calcular."



“Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arracam o que se plantou.
Há tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar.
Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria.
Tempo de espalhar pedras e tempo de juntar pedras. Tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar.
Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora..
Tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar.
Tempo de amar e tempo de aborrecer, tempo de guerra e tempo de paz.”


(O sábio ou Livro de Eclesiastes)
Foto: (c) Rafael Vertuan

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